Nada é pior para uma mente neurótica que uma revista feminina. Quando você sente que as coisas não estão correndo exatamente como você gostaria e acha que há alguma remota possibilidade de você não estar tomando as mais certas das atitudes, vêm aquelas 180 páginas de asneiras confirmando o seu fracasso: você simplesmente está fazendo TUDO errado.
É engraçado como todas dizem basicamente a mesma coisa sobre praticamente os mesmos pontos de vista. As diferenças entre uma e outra revista estão no nome de circulação, editora e número da edição. Há 10 anos comecei a ler as revistas da minha mãe, e já aprendi (aliás, já estou especialista na maioria desses assuntos) a "fazer um jantar romântico para impressionar o gato" e "as 10 melhores posições para atingir o orgasmo".
Também já sei como combinar as peças com estampa xadrez, e quais os elogios perfeitos para o pênis do parceiro.
Hoje, li que não posso ser fácil demais, dar atenção demais, ou parecer "disponível" demais. Além disso, devo esperar que meus relacionamentos atinjam um determinado número de encontros até pensar em "apresentar o gato para a família (saiba todas as dicas!)". Pois é, agora eu já sei as dicas.
É como se essas revistas fossem uma mistura de "amiga" invejosa com melhor amigo gay. De oráculo com psicólogo charlatão.
E é simplesmente difícil de acreditar que alguém neste mundomundo vasto mundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não uma solução consiga viver fazendo tantos joguinhos e seguindo as fórmulas mágicas de amor dadas por essas supostas "enciclopédias da alma feminina".
E as reportagens, apesar de dizerem sempre as mesmas coisas, acabam sendo bem convincentes. Já estou pensando em "surpreendê-lo mandando flores" (já que minha amiga NOVA disse que os homens sentem-se especiais ao receberem esse gratificante presente, que há tempos já não é exclusivamente feminino), ou em "realizar minhas fantasias com o meu amor", usando as algemas que a infalível Cláudia recomendou na página 57.
Agora que já sei que faço tudo errado, que perco homens em X dias e não me faço de difícil o suficiente, estou pronta para recomeçar a minha vidinha-mais-ou-menos.
O que me consola é saber que outras "21 mulheres lindas, sexy e poderosas também sentem carência e solidão", e desabafam contando detalhadamente "as agruras de encontrar o príncipe"
Mas falando sério, da idéia das flores eu realmente gostei...
É engraçado como todas dizem basicamente a mesma coisa sobre praticamente os mesmos pontos de vista. As diferenças entre uma e outra revista estão no nome de circulação, editora e número da edição. Há 10 anos comecei a ler as revistas da minha mãe, e já aprendi (aliás, já estou especialista na maioria desses assuntos) a "fazer um jantar romântico para impressionar o gato" e "as 10 melhores posições para atingir o orgasmo".
Também já sei como combinar as peças com estampa xadrez, e quais os elogios perfeitos para o pênis do parceiro.
Hoje, li que não posso ser fácil demais, dar atenção demais, ou parecer "disponível" demais. Além disso, devo esperar que meus relacionamentos atinjam um determinado número de encontros até pensar em "apresentar o gato para a família (saiba todas as dicas!)". Pois é, agora eu já sei as dicas.
É como se essas revistas fossem uma mistura de "amiga" invejosa com melhor amigo gay. De oráculo com psicólogo charlatão.
E é simplesmente difícil de acreditar que alguém neste mundo
E as reportagens, apesar de dizerem sempre as mesmas coisas, acabam sendo bem convincentes. Já estou pensando em "surpreendê-lo mandando flores" (já que minha amiga NOVA disse que os homens sentem-se especiais ao receberem esse gratificante presente, que há tempos já não é exclusivamente feminino), ou em "realizar minhas fantasias com o meu amor", usando as algemas que a infalível Cláudia recomendou na página 57.
Agora que já sei que faço tudo errado, que perco homens em X dias e não me faço de difícil o suficiente, estou pronta para recomeçar a minha vidinha-mais-ou-menos.
O que me consola é saber que outras "21 mulheres lindas, sexy e poderosas também sentem carência e solidão", e desabafam contando detalhadamente "as agruras de encontrar o príncipe"
Mas falando sério, da idéia das flores eu realmente gostei...
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